quarta-feira, 4 de maio de 2011

Índia pode ser 3º maior consumidor de aço em 2011

A Índia deverá se tornar o terceiro maior consumidor de aço do mundo neste ano, depois da China e dos EUA, enquanto os produtores na América do Norte e na Europa provavelmente enfrentarão um crescente aumento das pressões de custos, o que pode provocar a redução da capacidade de produção, apontou um relatório da Ernst & Young.

O grupo prevê que a demanda da Índia por aço crescerá entre 10% e 12% anualmente nos próximos dois anos.

Segundo o relatório, a Ernst & Young também projeta uma alta de 7% da produção mundial de aço, em bases anuais, em 2011, conduzida pelos mercados emergentes. O diretor de mineração global da empresa, Mike Elliott, afirma que o problema de excesso de capacidade mundial ainda permanece, no entanto.

"As reservas de minério de ferro suficientes, o baixo consumo de aço per capita e a forte demanda por aço devido ao forte crescimento econômico dá vantagem competitiva à Índia em relação a outras economias emergentes", disse a Ernst & Young.

As causas do crescimento do consumo de aço da Índia são os setores de construção e infraestrutura, com uma participação de 61% no consumo total de aço do país durante 2008 e 2009, afirmou a empresa.

"Com aproximadamente US$ 1 trilhão de investimentos previstos nesses setores entre 2012 e 2017, haverá um aumento correspondente da demanda por aço", projeta o relatório.

A China representa atualmente 45% da produção mundial de aço, com cerca de 600 milhões de toneladas produzidas em 2010. Enquanto a Índia está se preparando para ser a próxima grande oportunidade de crescimento para os fabricantes de aço, o apetite da China pode ficar estável.

A Ernst & Young afirmou que o setor de construção chinês está mostrando sinais de desaceleração devido ao aperto da política monetária promovido pelo governo chinês a fim de esfriar os preços sobrevalorizados do mercado imobiliário. Além disso, a alta dos juros afetará setores importantes, como o automotivo e o de aparelhos eletrodomésticos, e poderá resultar numa desaceleração do crescimento econômico em 2011.

"Isso pode moderar o crescimento da produção chinesa de aço. Além disso, os pequenos produtores de aço na China também podem ser empurrados para fora do negócio em 2011, visto que o custo de produção vai continuar a reduzir suas margens severamente", disse o relatório.

O excesso de capacidade significa que as fábricas de aço mais antigas, especialmente na América do Norte e Europa, terão dificuldade para competir com novas instalações mais modernas e eficientes em lugares como China e Índia, disse Elliott.

Ele disse que o desafio para os produtores norte-americanos e europeus é como eles poderão competir com os preços mais baixos dos produtores do Oriente. Segundo ele, parte da capacidade de produção mais antiga pode começar a ser considerada obsoleta, ou seja, com o tempo de vida econômica útil ultrapassado, e "então poderemos ver o risco de redução dessa capacidade".

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